NOTA TÉCNICA EPE 030/2018

Na nota técnica Uso de Ar Condicionado no Setor Residencial Brasileiro: Perspectivas e contribuições para o avanço em eficiência energética, a EPE apresenta cenários de consumo de eletricidade por condicionadores de ar residenciais no Brasil até 2035. Considerando apenas as políticas já divulgadas pelo governo, como a implementação das revisões de índices mínimos de eficiência energética até 2020, a EPE estima que a demanda por eletricidade devido ao uso de condicionadores de ar pelas famílias pode crescer 5,4% ao ano e atingir 48 TWh em 2035. Por outro lado, caso venham a ser implementados índices mínimos mais rigorosos ao longo do horizonte analisado, o consumo de eletricidade evitado poderia atingir 15 TWh em 2035, equivalente a uma usina de 3,5 GW.

Atender à demanda por condicionamento de ar com medidas de eficiência energética cria uma interseção entre três compromissos internacionais assumidos pelo Brasil: o Acordo de Paris, por meio da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil; os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que apresenta metas estabelecidas sobre pobreza, saúde, educação, energia sustentável e segurança alimentar, entre outros, que devem ser atingidas até 2030; e a Emenda de Kigali do Protocolo de Montreal, que prevê reduções na produção gases refrigerantes responsáveis pelo aquecimento global.

Contudo, a nota destaca que sustentabilidade e a promoção da eficiência energética no Brasil envolvem algumas ações, como o reforço da base de dados, a avaliação de conformidade dos aparelhos, o reforço da base laboratorial, desenvolvimento de edificações eficientes, por exemplo, cujo sucesso depende da coordenação entre os diferentes agentes do mercado, incluindo o governo, distribuidores de energia, fabricantes e importadores de aparelhos, e consumidores.