A indústria de gás natural na Argentina: panorama, perspectivas e oportunidades para o Brasil

​A Argentina e o Brasil possuem os dois maiores mercados consumidores de gás natural na América do Sul. A maior integração entre as suas indústrias de gás natural poderia trazer vantagens como, por exemplo: o fortalecimento dessas economias com a geração de investimentos e postos de trabalho; a diversificação de ofertas de gás para a região Sul do Brasil, dependente, em parte, do gás boliviano; a maior viabilização da operação de termelétricas brasileiras movidas a gás natural e a possibilidade de substituir as cargas de GNL provenientes de países mais distantes pelas cargas argentinas, permitindo, possivelmente, a redução de custos e tempos de viagem. Para a Argentina, essa integração representaria uma oportunidade de desenvolvimento de mercado para a monetização das suas reservas de gás natural não convencional.

Graças ao histórico positivo de discussões técnicas e de acordos comerciais entre os dois países foi possível viabilizar, por exemplo, as construções dos trechos 1 e 3 do gasoduto de transporte Uruguaiana-Porto Alegre (GASUP). A importação de gás argentino poderia reforçar a oferta de gás na malha integrada de gasodutos de transporte, sobretudo, nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

A nota técnica intitulada "A indústria de gás natural na Argentina: panorama, perspectivas e oportunidades para o Brasil" elaborada pela Diretoria de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (EPE/DPG) apresenta os panoramas socioeconômico, energético e da indústria de gás natural na Argentina, além das perspectivas de aumento da produção de gás natural em Vaca Muerta e os investimentos associados aos planos de exportação de gás do governo argentino.

Espera-se que as informações e discussões desse documento possam contribuir nas análises técnicas de projetos brasileiros de infraestrutura de gás natural, permitindo uma maior integração energética entre o Brasil e a Argentina.