O consumo nacional de energia elétrica foi de 42.040 GWh, em setembro de 2022, estável (+0,2%) em comparação com mesmo mês de 2021. Indústria (+1,8%) e comércio (+1,6%) registram expansão no consumo de eletricidade na comparação interanual, enquanto o consumo das residências e outros consumos retraíram no mesmo período. No acumulado em 12 meses o consumo nacional registrou 507.355 GWh, alta de 1,1% em comparação ao período imediatamente anterior.
A classe Industrial consumiu 15.884 GWh em setembro de 2022, expansão de 1,8% em relação a setembro de 2021. Excetuando-se o Sudeste (-1,3%), impactado pela retração no consumo de eletricidade na siderurgia, todas as demais regiões geográficas do País elevaram seu consumo. O Nordeste (+10,7%) continua se destacando, alavancado pela cadeia do alumínio primário no Maranhão, estado que registrou a maior alta (+93,2%) no consumo. As regiões Norte (+6,5%), Centro-Oeste (+5,0%) e Sul (+1,5%) também expandiram. A elevação no consumo de eletricidade em setembro na indústria foi disseminada entre seus principais segmentos, com oito dos dez ramos mais eletrointensivos com alta na comparação interanual. Extração de minerais metálicos (+88 GWh; +8,7%) liderou o crescimento, com a maior parte da expansão associada a aceleração da retomada da atividade em Minas Gerais, somado ao efeito de base baixa de setembro de 2021, pela parada de manutenção de uma grande unidade no Pará naquele mês. Metalurgia (+87 GWh; +6,0%) aparece logo em seguida, com forte alta no consumo de eletricidade na cadeia do alumínio primário, puxada pela retomada da produção no final de abril em uma grande unidade no Maranhão, principalmente. Por outro lado, a queda na produção siderúrgica atenuou a alta em metalurgia. Também se destacaram a fabricação de produtos alimentícios (+70 GWh; +3,6%), papel e celulose (+57 GWh; +8,0%) e produtos químicos (+55 GWh; +3,6%). Já fabricação de produtos minerais não-metálicos (-6 GWh; -0,5%) e produtos têxteis (-28 GWh; -4,7%) foram os únicos, entre os mais eletrointensivos, com retração no consumo de eletricidade.
O consumo de energia elétrica da classe comercial subiu 1,6% em setembro, em comparação a setembro de 2022, chegando a 7.393 GWh. Apesar do crescimento do consumo, foi a menor taxa desde março de 2021. O desempenho positivo do setor de serviços do País continua puxando a alta do consumo de eletricidade da classe. De acordo com os últimos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE), o setor de serviços variou 8,0% em agosto desse ano, em relação ao mesmo mês de 2021. O setor de transportes, serviços prestados às famílias, profissionais, administrativos e complementares e informação e comunicação podem ter impactado de forma mais relevante o crescimento do consumo. Já, em menor grau, o setor de vendas do varejo volta também a influenciar no avanço do consumo da classe. De acordo os dados mais recentes da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC/IBGE), o setor de vendas do varejo cresceu 1,6% em comparação a agosto do ano passado. As atividades de combustíveis e lubrificantes; livros, jornais, revistas e papelaria, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria; equipamentos e material para escritório, informática e comunicação e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo podem ter contribuído para o aumento do consumo da classe. Quase todas as regiões do país apresentaram crescimento do consumo: o Norte (+7,5%) se destacou, seguido pela região Sul (+2,8%), Sudeste (+1,8%) e Nordeste (+0,3%). Por outro lado, o Centro-Oeste (-3,2%) foi a única região que apresentou queda no consumo da classe. Entre as Unidades da Federação, os maiores de destaques foram: Pará (+10,8%), Tocantins (+10,1%), Roraima (+9,9%), Rio Grande do Sul (+9,5%) e Amazonas (+7,2%). Enquanto isso, Maranhão (-11,2%), Mato Grosso do Sul (-4,7%), Espírito Santo (-4,2%), Acre e Mato Grosso (-3,9%, ambos) foram os Estados que registraram as maiores quedas no consumo.
O consumo de eletricidade nas residências (-0,7%) foi de 12.507 GWh. A classe apresentou retração do consumo em setembro em relação ao mesmo mês do ano passado, revertendo assim o crescimento apresentado nos dois meses anteriores. O clima mais ameno e o aumento no volume de chuvas em grande parte do País podem ter impactado em grande parte na redução do consumo da classe. As regiões Sudeste (-5,4%) e Centro-Oeste (-4,7%) puxaram a queda. De outro modo, o Sul (+7,8%), Norte (+6,1%) e Nordeste (+2,1%) tiveram aumento do consumo. Entre os Estados, as maiores reduções da taxa ocorreram no Mato Grosso do Sul (-14,4%) e no Rio de Janeiro (-14,0%). Chuvas intensas e temperaturas abaixo da média influenciaram na queda do consumo nesses Estados. Em contrapartida, Rio Grande do Sul (+15,6%), Pará (+12,0%) e Maranhão (+11,3%) foram os Estados que mais elevaram o consumo da classe em setembro de 2022. Um programa de redução de perdas aplicado pela distribuidora local do Maranhão e Pará continua impactando de forma positiva o consumo nesses Estados. Já, no Rio Grande do Sul, a redução na base de consumidores feita em 2021 explica em grande parte o aumento do consumo em 2022.
Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou crescimento de 4,9% no consumo do mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica encolheu 2,7%.
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