O consumo nacional de energia elétrica em março foi de 44.101 GWh, o maior valor de toda a série histórica, desde 2004. Na comparação interanual, o consumo nacional avançou 1,6% no mês, puxado pela classe comercial, que seguiu em recuperação em março, e pelo consumo das residências, que expande pelo segundo mês consecutivo. No acumulado em 12 meses, o consumo nacional de energia elétrica foi de 501.267 GWh, crescimento de 4,5% comparado com o período imediatamente anterior.
Já o consumo de eletricidade na indústria retraiu 3,0%, na comparação interanual. Ainda assim, registra o segundo maior consumo para março dos últimos oito anos, com 15.076 GWh, perdendo apenas para março de 2021. A região Sul, com expansão de 3,5% no consumo de eletricidade, se destacou no período, enquanto o Nordeste (+0,3%) cresceu apenas na margem. Já Sudeste (-6,0%), Norte (-5,5%) e Centro-Oeste (-1,6%) retrairam. Entre os dez segmentos mais eletrointensivos da indústria, neste mês de março, se destacaram: produtos alimentícios (+109 GWh; +5,6%), pelo terceiro mês consecutivo o ramo com a maior expansão no consumo de eletricidade, destaque para as regiões Sudeste e Sul do país; seguido por produtos químicos (+79 GWh; +5,0%), puxado por cloro-soda e fertilizantes nitrogenados no Nordeste, mas com contribuição dos intermediários para plásticos principalmente na região Sul; e papel e celulose (+19 GWh; +2,6%). Já metalurgia (-121 GWh; -3,3%) apresentou a maior retração, com a produção de alumínio respondendo pela maior parte da queda no consumo de eletricidade, impactado pela redução de 25% da produção de uma unidade no Pará, por um incidente interno na distribuição de energia da fábrica, conforme nota da empresa; seguido por automotivo (-64 GWh; -11,2%), que ainda sofre com a crise dos semicondutores; e produtos têxteis (-38 GWh; -6,6%). As exportações contribuiram para o comportamento do consumo de eletricidade na indústria. Segundo a Secex, entre os produtos com expansão nas exportações em março estão a carne bovina (+69,3%) e os farelos de soja e outros alimentos para animais (+49%). Já minério de ferro (-20,6%), de cobre (-9,1%) e produtos semi-acabados de ferro ou aço ( -9,1%), registraram queda.
O consumo de energia elétrica da classe comercial subiu 6,1% em relação à março do ano anterior, chegando ao valor de 8.402 GWh. A retirada das restrições para o combate à pandemia de Covid-19 em março devido ao recuo da variante ômicron favoreceu a elevação do consumo da classe. De acordo com dados mais recentes da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE), o setor de serviços do País cresceu 7,4% em fevereiro, comparado a fevereiro de 2021. O setor de transportes e serviços auxiliares aos transportes, de serviços profissionais, administrativos e complementares, de serviços prestados às famílias e de informação e comunicação foram os que mais podem ter contribuído para o desempenho da classe. O setor de vendas do varejo avançou 1,1% no mês de fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado (PMC/IBGE). O setor de vendas de livros, jornais e revistas e papelaria, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e perfumaria, tecido, vestuário e calçados e o setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foram os que podem ter contribuído, em menor grau, para o crescimento do consumo da classe em março. Todas as regiões do País registraram elevação no consumo da classe no mês. A região Norte (+18,4%) liderou a expansão, seguida pelo Sul (+14,9%), Centro-Oeste (+10,6%), Nordeste (+7,6%) e Sudeste (+1,1%). Os estados de Minas Gerais (+39,8%), Rondônia (+23,7%), Amazonas (22,4% ) e Espírito Santo (20,2%) foram os que mais se destacaram no consumo no mês. Enquanto que, Maranhão (-5,5%) e Ceará (-0,8%) foram os únicos Estados que registraram queda do consumo. As fortes chuvas ocorridas no mês de março no Maranhão refletiu na queda do consumo do estado.
O consumo de energia elétrica da classe residencial cresceu 5,4% em março, atingindo o valor de 13.923 GWh. A melhora de indicadores econômicos e o aumento do emprego no país, frente à crise gerada pela pandemia de Covid-19, refletiram na expansão do consumo da classe residencial no mês. O aumento do ciclo de faturamento de algumas distribuidoras e a elevação da temperatura em algumas regiões contribuiu, também, para o bom desempenho do consumo. Todas as regiões do País registraram elevação no consumo da classe no mês. As regiões Sul (+9,2%) e Norte (+8,3%) anotaram as maiores expansões. Seguidas pelo Sudeste (+5,1%), Centro-Oeste (+4,4%) e Nordeste (+2,8%). Entre as Unidades da Federação, as maiores taxas de consumo da classe no País foram registradas no Espírito Santo (+21,2%) e no Amazonas (+16,6%). O clima mais quente e mais seco no Espírito Santo podem ter contribuído para o crescimento do consumo no Estado. Por outro lado, somente ocorreram quedas do consumo nos Estados do Amapá (-20,0%), Acre (-2,5%), Rio Grande do Norte (-2,1%) e Bahia (-1,4%). O excesso de chuvas influenciou na retração do consumo desses estados.
Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou alta 3,0% no consumo no mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica expandiu 0,8%.
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