A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vem esclarecer, em resposta a artigos de opinião recentes publicados no jornal O Globo (21/11) e Valor Econômico (11/12), que sua atuação, ao longo de 20 anos, é pautada por estudos técnicos de alta qualidade, fundamentais para atrair investimentos e garantir a segurança energética do Brasil.
Estudo recém-publicado pela EPE mostra que os volumes recuperáveis da Bacia da Foz do Amazonas podem chegar a 10 bilhões de barris de óleo equivalente, um acréscimo significativo para as reservas nacionais. Esse potencial não apenas garante a segurança energética, mas também possibilita uma arrecadação que pode viabilizar investimentos em saneamento básico, saúde e educação essenciais às populações localizadas em regiões altamente vulneráveis. Abrir mão desses recursos é uma escolha que afeta à toda a sociedade brasileira.
O exercício realizado pela EPE aponta que a interrupção de investimentos em exploração e produção (E&P) e na ausência de outra atividade econômica que produza efeitos semelhantes, pode afetar diretamente os recursos provenientes de royalties e tributos, impactando negativamente políticas públicas e sociais, especialmente em regiões dependentes dessas atividades. Embora a demanda global por petróleo possa diminuir até 2050, o Brasil, devido à eficiência operacional e ao baixo custo de produção, continuará sendo competitivo no mercado. Além disso, o petróleo brasileiro, de baixa intensidade de carbono, representa uma opção ambientalmente mais favorável do que a maior parte dos hidrocarbonetos produzidos no mundo.
Contrariamente ao que se argumenta, não há dicotomia entre explorar recursos fósseis e investir em energias renováveis. O Brasil é prova disso: com mais de 90% da matriz elétrica baseada em fontes limpas, o país já é líder em sustentabilidade. Desta forma, as críticas à exploração de novos recursos ao tentarem criar uma narrativa de incoerência na estratégia brasileira, ignoram os benefícios econômicos e sociais gerados, desconsiderando as necessidades reais da população brasileira, que ainda enfrenta desafios como a pobreza energética.
Não obstante a dimensão econômica e social, os estudos da Empresa de Pesquisa Energética mostram que não avançar em novas fronteiras exploratórias colocará o país em situação de vulnerabilidade energética que pode significar aumento nos preços dos energéticos, o que impactaria desproporcionalmente as camadas mais vulneráveis da população brasileira com uma elevação no nível de preços no setor produtivo e de serviços.
A transição energética é um processo gradual que exige soluções integradas. A exploração do potencial da Margem Equatorial é uma oportunidade estratégica para o Brasil consolidar seu papel como líder global na transição energética e provedor de segurança energética sustentável para o mundo, seja em energias renováveis seja na produção sustentável de hidrocarbonetos. Rejeitar esse potencial sem bases técnicas e econômicas robustas seria negligenciar o papel estratégico que o país pode desempenhar no futuro da energia.
Deturpar as informações publicadas e divulgadas pela EPE na busca pela defesa de narrativas que estão longe de servir ao país certamente não nos conduzem à construção de um futuro sustentável. Construir este futuro com dados e informações qualificadas dá mais trabalho do que construir narrativas, mas é o único caminho seguro para realizar a transição energética de forma justa e inclusiva, apresentar a contribuição brasileira para equacionar a emergência climática e promover um debate realista sobre os caminhos mais adequados ao nosso Brasil.
A EPE tem como valor público a transparência e redução da assimetria de informação por meio da apresentação de dados e fatos que podem auxiliar as discussões sobre os esforços para uma transição energética justa e equilibrada no Brasil. Permanecemos à disposição para fornecer todas as informações necessárias para uma compreensão mais profunda sobre a exploração de novas fronteiras energéticas no Brasil.
Assessoria de Comunicação da EPE