Nota de Esclarecimento Jornalística 04/2025

Publicado em 14 de abril de 2025

​A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vem esclarecer, em resposta a artigo de opinião publicado no site do portal Bahia Econômica intitulado "Hidrogênio Verde e Nordeste", que sua atuação, ao longo de 20 anos, tem sido pautada por estudos técnicos de alta qualidade, fundamentais para atrair investimentos e garantir a segurança energética do Brasil.

O artigo menciona a EPE em duas passagens referentes à integração de plantas de hidrogênio ao sistema de transmissão.

Na primeira delas afirma, de forma equivocada, que "os órgãos de planejamento e gestão do setor de energia – o próprio Ministério das Minas e Energia, o ONS, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – não estão considerando promover leilões de linhas de transmissão e subestações que atendam a esses empreendimentos, sequer a longo prazo".

Numa segunda passagem, o texto menciona que "enquanto o Ministério das Minas e Energia promove a implantação dos 'linhões' de transmissão para levar a energia produzida no Nordeste para o Centro-Sul do país, a EPE não estuda, a ANEEL não leiloa e o ONS contém a produção das energias limpas no Nordeste, ao mesmo tempo em que nega acesso aos projetos que querem consumi-la".

Em relação a essas questões, o artigo se equivoca em afirmar que a EPE não faz estudos a respeito do tema. Encontra-se em andamento na EPE o "Estudo prospectivo para inserção de cargas de hidrogênio na região Nordeste", com previsão de finalização até dezembro de 2025, que irá definir expansões da rede de transmissão para conexão de plantas de hidrogênio especificamente para a região Nordeste, ao contrário do que afirma a matéria.

Ressalte-se que a expansão a ser estabelecida nesse estudo se juntará às demais expansões já recomendadas pela EPE com diversos objetivos no âmbito do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (PDE 2034), aprovado pelo Ministério de Minas e Energia, que projeta que o Brasil receberá, até 2034, R$ 128,6 bilhões em investimentos para a construção de 30 mil km de novas linhas de transmissão e 82 mil MVA em novas subestações.

Por fim, cabe destacar que a integração de grandes cargas à rede – como é o caso da indústria do hidrogênio – não é um desafio vivenciado exclusivamente pelo Brasil, mas por diversos países do mundo. A título de exemplo, a North American Electric Reliability Corporation (NERC) e a Energy Systems Integration Group (ESIG) criaram em 2024 suas respectivas Large Loads Task Forces (LLTF), com participação de diversas empresas ligadas ao setor elétrico internacional como a ERCOT, a Grid Strategies e a EPRI, que visam discutir e amadurecer o entendimento técnico do impacto da inserção de grandes cargas no sistema de transmissão. Dentre os desafios mencionados, estão as questões ligadas a modelagem, requisitos de conexão e desempenho de rede após conexão dessas cargas emergentes. Os grupos têm por objetivo, ainda, a discussão de soluções e práticas harmonizadas com empreendedores, operadores e indústria, proporcionando a integração segura desses projetos.

Desta forma, percebe-se que até mesmo em escala global ainda há uma série de desafios a serem superados e a EPE vem acompanhando as discussões para viabilização de projetos de baixo carbono e a consequente construção de um futuro sustentável. Construir este futuro com dados e informações qualificadas é o único caminho seguro para realizar a transição energética de forma justa e inclusiva, promovendo um debate realista sobre os caminhos mais adequados para o Brasil.

A EPE tem como valor público a transparência e redução da assimetria de informação por meio da apresentação de dados e fatos que podem auxiliar as discussões sobre os esforços para uma transição energética justa e equilibrada no Brasil. Permanecemos à disposição para fornecer todas as informações necessárias para uma compreensão mais profunda sobre a exploração de novas fronteiras energéticas no Brasil.


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