O consumo nacional de energia elétrica foi de 42.837 GWh em janeiro de 2023, crescimento de 0,6% em comparação com mesmo mês de 2022. A classe residencial (+1,8%) puxou a alta, seguida pelas classes comercial (+1,4%) e industrial (+1,2%). No acumulado em 12 meses o consumo nacional registrou 508.954 GWh, alta de 1,4% em comparação ao período imediatamente anterior.
Com 14.942 GWh, a classe industrial (+1,2%) expandiu seu consumo de eletricidade em janeiro, retomando o crescimento após a retração em dezembro. A região Nordeste (+16,3%) liderou, seguida por Norte (+7,0%) e Centro-Oeste (+2,9%), enquanto Sul (-2,5%) e Sudeste (-2,3%) retraíram. Seis dos dez setores mais eletrointensivos da indústria elevaram seus consumos. Metalurgia (+232 GWh; +6,5%) foi o setor que mais expandiu, puxado pela cadeia do alumínio primário no Maranhão, principalmente, e no Pará. Contudo, a queda na produção siderúrgica nacional atenuou a forte alta do consumo de eletricidade na metalurgia. Também se destacaram a extração de minerais metálicos (+83 GWh; +8,2%), com Minas Gerais e Espírito Santo respondendo por mais da metade da expansão; e a fabricação de produtos alimentícios (+81 GWh; +4,0%), onde as altas nas exportações, principalmente de aves e açúcares e melaços, podem ter contribuído para o resultado do setor. Por outro lado, apresentaram as maiores quedas no consumo de eletricidade, entre os mais eletrointensivos da indústria: a fabricação de produtos minerais não-metálicos (-65 GWh; -5,5%); a fabricação de produtos químicos (-32 GWh; -1,9%); e a fabricação de produtos têxteis (-25 GWh; -5,2%). Paradas de manutenção, férias coletivas, níveis elevados de estoque, além da própria dinâmica dos mercados de seus produtos, podem ter contribuído para a queda no consumo de eletricidade nestes setores.
O consumo de energia elétrica das residências foi de 13.311 GWh em janeiro, aumento de 1,8% em comparação ao mesmo mês de 2022. O consumo foi puxado, principalmente, pelo clima um pouco mais seco em relação ao mesmo mês de 2022. As tarifas de energia elétrica estavam mais baixas em relação a janeiro de 2022, o que pode ter contribuído também para o crescimento do consumo, já que, na tarifa de janeiro desse ano, a bandeira tarifária foi a verde, e no ano passado, foi a de escassez hídrica. Nordeste (+4,4%), Norte (+3,2%), Sudeste (+1,7%) foram as regiões que contribuíram para o aumento do consumo da classe no mês, enquanto o Sul ficou estável (0,0%) e o Centro-Oeste apresentou retração (-0,4%). Entre as Unidades da Federação, os maiores acréscimos foram no Maranhão (+11,7%), Alagoas (+10,1%), Pará (+9,8%), Roraima (+8,2%), Paraíba (+7,8%), Tocantins (+6,7%), Amapá (+6,2%), Minas Gerais e Espírito Santo (+5,9%, ambos). Programas de redução de perdas aplicados pelas distribuidoras locais do Maranhão, Alagoas e Pará continuam influenciado de forma positiva o consumo nestes Estados. Apresentaram queda no consumo: Amazonas (-9,6%), Mato Grosso do Sul (-8,8%), Rio Grande do Norte (-4,7%), Rio de Janeiro (-4,0%), Santa Catarina (-2,7%), Mato Grosso (-1,7%), Distrito Federal (-0,7%), Rondônia (-0,6%) e Paraná (-0,1%). Para os Estados de Santa Catarina e Distrito Federal, se fosse considerado o ajuste pelo ciclo de faturamento das distribuidoras de energia elétrica locais, o consumo de eletricidade teria crescido 2,0% e 2,6%, respectivamente.
Em janeiro de 2023, o consumo de eletricidade da classe comercial foi de 8.079 GWh, elevação de 1,4% em relação ao mês de janeiro de 2022. O bom desempenho do setor de serviços e, em menor grau, o setor de vendas do varejo, continuam motivando a expansão do consumo da classe. De acordo com os últimos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE), o setor de serviços teve alta de 6,0% em dezembro de 2022, em relação ao mesmo mês de 2021. O setor de transportes, outros serviços, serviços prestados às famílias e profissionais, administrativos e complementares podem ter contribuído de forma mais relevante no aumento do consumo. O setor de vendas varejo (PMC/IBGE) cresceu 0,4% no mesmo período. O setor de vendas de combustíveis e lubrificantes; hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria; móveis e eletrodomésticos; livros, jornais, revistas e papelaria e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação. As regiões Norte (+6,0%), Sudeste (+2,1%) e Sul (+0,9%) puxaram o consumo da classe. Por outro lado, Centro-Oeste (-1,6%) e Nordeste (-0,1%) apresentaram queda no consumo. Entre os Estados, os maiores destaques na expansão no consumo no mês foram: Roraima (+11,7%), Pará e Alagoas (+8,7%, ambos). Já Maranhão (-7,2%), Mato do Grosso do Sul (-6,1%) e Mato Grosso (-5,1%) registraram as maiores quedas do consumo.
Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou crescimento de 4,1% no consumo do mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica retraiu 1,6%.
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