O consumo nacional de energia elétrica foi de 41.160 GWh, em julho, expandindo 2,5% em comparação com mesmo mês de 2021. A classe comercial continua liderando a expansão, e responde por mais da metade desse crescimento, seguida pelo consumo das residências e da indústria, que também crescem. No acumulado em 12 meses o consumo nacional registrou 505.831 GWh, alta de 1,5% em comparação ao período imediatamente anterior.
O consumo de eletricidade na indústria em julho foi de 15.494 GWh, expansão de 1,3% em relação a julho de 2021. Apenas a região Sudeste (-1,1%) apresentou retração, enquanto Sul (+1,1%), Centro-Oeste (+1,3%), Nordeste (+7,2%) e Norte (+7,5%) consumiram mais eletricidade. Contribuíram para os resultados no Norte e Nordeste, a elevação no consumo do setor de alumínio primário, pela retomada da plena da produção na maior unidade do País no Pará, parcialmente interrompida desde fevereiro; a entrada em operação de uma nova caldeira elétrica, em outra grande fábrica no mesmo estado; e a aceleração da produção em uma grande unidade no Maranhão, que retomou a operação no final de abril após 5 anos parada. Quanto aos ramos da indústria, a elevação no consumo foi disseminada, onde sete dos dez ramos mais eletrointensivos apresentaram alta, sendo liderados por: produtos químicos (+104 GWh; +6,5%), com a produção de cloro-soda respondendo por mais da metade da expansão; papel e celulose (+76 GWh; +10,3%), onde paradas de manutenção programadas e não programadas em unidades autoprodutoras impulsionaram o consumo da rede; e produtos alimentícios (+73 GWh; +3,8%), alavancado pelas exportações. Lideraram a retração: têxtil (-21 GWh; -3,7%) e produtos minerais não-metálicos (-12 GWh; -0,9%). Siderurgia, com queda na produção de aço bruto, também registrou retração no consumo de eletricidade, o que atenuou a alta em alumínio primário. Com isso, metalurgia (+18 GWh; +0,5%) teve crescimento apenas marginal.
O consumo de eletricidade da classe comercial teve alta de 8,4% em julho, em relação a julho de 2021, chegando a 7.164 GWh. O bom desempenho do setor de serviços do País continua puxando a expansão do consumo de energia elétrica da classe. De acordo com os dados mais recentes da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE), o setor de serviços cresceu 6,3% em junho desse ano, em relação ao mesmo mês do ano passado. O setor de transportes, serviços prestados às famílias e dos profissionais, administrativos e complementares foram os que mais podem ter impactado no crescimento do consumo. Além disso, a base de comparação é baixa, pois em julho de 2021 ainda havia a adoção de algumas medidas restritivas para conter o avanço da COVID-19 no País. Temperaturas acima da média climatológica para o mês de julho também contribuíram para o aumento de consumo da classe. Todas as regiões do País anotaram taxas positivas de consumo da classe em julho. A região Sul (+10,2%) lidera o crescimento, seguida pelo Sudeste (+10,1%), Centro-Oeste (+9,8%), Norte (+6,9%) e Nordeste (+1,2%). Os Estados que registraram as maiores taxas de consumo foram: Acre (+21,5%), Minas Gerais (+20,2%), Mato Grosso do Sul (+16,5%), Paraná (+14,6%), Goiás (+13,9%) e Rondônia (+10,2%). Por outro lado, Maranhão (-12,9%), Rio Grande do Norte (-3,9%) e Ceará (-0,8%) foram os únicos que tiveram taxas negativas de consumo.
O consumo de energia elétrica das residências (+2,5%) cresceu em julho, comparado ao mesmo mês do ano anterior, atingindo 11.989 GWh. O Brasil teve o mês de julho mais quente que se tem registro. Temperaturas mais elevadas para o mês contribuíram para o aumento do consumo de eletricidade da classe. Somente a região Nordeste (-0,5%) apresentou taxa negativa de consumo. Acumulados de chuva acima da média e chuvas extremas em alguns estados da região influenciaram na queda do consumo. Já a região Norte (+8,3%), Centro-Oeste (+5,8%), Sudeste (+2,7%) e Sul (+1,2%), apresentaram taxas positivas de consumo da classe. Entre as Unidades da Federação, os maiores aumentos do consumo ocorreram no Acre (+20,6%), em Rondônia (+13,0%), no Amazonas (+12,3%), no Mato Grosso (+9,2%), em Goiás (+7,9%), no Maranhão (+7,0%), em Tocantins (+7,0%), no Pará (+6,8%), em Alagoas (+6,8%) e em Minas Gerais (+6,6%). Um programa de redução de perdas aplicado pela distribuidora local do Maranhão, Alagoas e Pará foi um dos fatores que contribuíram para o resultado positivo desses Estados. Por outro lado, Amapá (-9,0%), Ceará (-6,2%), Rio Grande do Norte (-5,3%), Sergipe (-3,9%), Paraíba (-2,9%), Mato Grosso do Sul (-2,4%), Santa Catarina (-1,7%) e Espírito Santo (-0,8%) foram os Estados que registraram queda de consumo da classe no País. Porém, se considerarmos o ajuste pelo ciclo de faturamento, Santa Catarina teria crescimento de 0,8% no consumo.
Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou alta de 5,7% no consumo do mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica retraiu 0,4%.
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