No segundo dia de Rio Oil and Gas (27/09), o Diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais da EPE, Giovani Machado foi mediador do painel "Estratégias de Mitigação com Projetos Florestais – Melhor Custo Marginal de Abatimento para Indústria de Óleo e Gás e para Sociedade", da arena ESG – um espaço do evento destinado a discussões sobre aspectos de Meio Ambiente, Segurança e Saúde da indústria de óleo e gás.
Focado na questão de desenvolvimento sustentável e no melhor uso dos recursos naturais, o Diretor abriu sua mediação explanando sobre como potencializar o uso dos recursos para geração de riqueza em um padrão de sustentabilidade, um assunto que vem sendo pauta na atuação da EPE.
Prosseguindo com o debate, Giovani salientou como a questão florestal potencializa a baixa intensidade de carbono do petróleo brasileiro e traz benefícios para outros recursos naturais (recuperação do regime hídrico e maior possibilidade de inserção de renováveis variáveis pela integração com hidrelétricas, etc.). Além de afirmar que "quem não se adaptar à transição energética estará fora dos negócios no longo prazo", fazendo referência à transição energética, à sustentabilidade ambiental e à descarbonização.
Giovani destacou também o acordo técnico entre EPE e o BNDES para incentivar a restauração florestal por meio de créditos de carbono. Em entrevista para a EPE, o Diretor voltou a comentar sobre o tema, após o fim do painel, e ainda destacou como a EPE tem se envolvido em grandes debates sobre a sustentabilidade e a transição energética:
"Nesse tema que eu moderei a mesa, a EPE teve uma participação fundamental no desenvolvimento desse tema na agenda nacional. A gente percebeu que óleo e gás era muito importante para o Brasil, para gerar riqueza, desenvolvimento, até financiar a transição energética e a descarbonização da economia brasileira. Então tivemos uma ideia: o que a gente pode fazer para ajudar a acelerar a descarbonização da indústria de óleo e gás do Brasil? Então, veio esse trabalho com o BNDES para estruturar instrumentos financeiros para facilitar migração de renda do setor de óleo e gás para o setor florestal, ajudando justamente a descarbonizar mais rápido a atividade, compensando uma parte adicional das emissões da indústria de óleo e gás do Brasil. Não é só isso compensação, a indústria de óleo e gás está fazendo o seu dever de casa descarbonizando suas atividades (eletrificação, ganhos de eficiência, integração com renováveis, transformação digital, etc.), mas esse investimento no setor florestal complementa de uma maneira que faz com que o óleo e o gás brasileiro amplie dupla resiliência econômica (competitividade) e ambiental (menor intensidade de carbono), para não ter restrições no mercado internacional no futuro e se apropriar economicamente dessa vantagem competitiva. Para que o último barril vendido no mercado internacional seja brasileiro. Então, isso tem uma estratégia por trás que tem a ver com potencialidades que temos como país e que podem fazer com que aproveitemos ao máximo esses recursos, e ao mesmo tempo, que entregamos sustentabilidade e descarbonização."
