Resenha Mensal: O consumo de eletricidade no Brasil em julho de 2021 apresentou avanço de 5,7% em relação ao mesmo mês de 2020

O consumo nacional de eletricidade foi de 39.950 GWh em julho de 2021, o maior para o mês em toda a série histórica, desde 2004. A taxa mensal de expansão do consumo de eletricidade registrou elevação de 5,7% em relação a julho de 2020. Destacaram-se as classes industrial e comercial, com taxas ainda expressivas de crescimento. O consumo acumulado em 12 meses totalizou 495.829 GWh, elevação de 5,2% comparada ao período anterior. Todas as regiões geográficas do Brasil apresentaram expansão no consumo de energia elétrica em julho: Sul (+7,7%), Nordeste (+6,9%), Norte (+5,4%), Sudeste (+5,1%) e Centro-Oeste (+2,5%). 

A indústria (+9,8%), com bom desempenho, registra o maior consumo para julho desde 2014. Porém, a taxa mensal de expansão desacelera pela atenuação do efeito base baixa de julho de 2020, mês que marcou o início da retomada do consumo industrial, após a forte queda no segundo trimestre de 2020, devido à COVID-19. O Sul (+11,1%) apresentou a maior taxa de expansão do consumo industrial no mês, seguido por Norte (+10,6%) e Sudeste (+10,5%). Nordeste (+8,4%) e Centro-Oeste (+2,6%) também cresceram. Entre as Unidades da Federação, destaque para Alagoas (+51,8%), alavancado pelo efeito base no setor químico, contudo São Paulo (+13,7%) foi quem mais contribuiu para a expansão, adicionando 509 GWh ao consumo da classe. Todos os dez segmentos mais eletrointensivos da indústria aumentaram o consumo. Metalurgia (+388 GWh) liderou, impulsionada por siderurgia e alumínio primário principalmente no Sudeste e no Norte; seguida por produtos químicos (+168 GWh), com destaque para resinas termoplásticas no Sudeste e cloro-soda e fertilizantes no Nordeste; e produtos de minerais não-metálicos (+167 GWh) no sudeste e sul, puxado por reformas, autoconstrução e obras do setor imobiliário; porém têxtil (+22,5%) e automotivo (+21,5%), continuam apresentando as maiores taxas de expansão, com o bom desempenho ainda alavancado pelo efeito base baixa, embora atenuado pelo início da recuperação destes setores em julho de 2020. 

A classe comercial (+9,8%) apresentou elevação no consumo de energia elétrica em julho de 2021, mas a taxa de crescimento foi menor do que as registradas no segundo trimestre desse ano. Pois em julho de 2020, nota-se o início da recuperação do consumo de eletricidade no setor comercial, a partir da intensificação da flexibilização das medidas de distanciamento social. Portanto, o efeito base baixa foi reduzido no desempenho da classe. O avanço do setor de serviços foi o que mais contribuiu para a expansão do consumo comercial no mês. De acordo com os indicadores econômicos mais recentes do IBGE, de junho de 2021 comparado a junho de 2020, o volume de serviços aumentou 21,1%. Já, o volume de vendas do varejo cresceu 6,3% no mesmo período. O destaque nas vendas do varejo foi no setor de tecido, vestuário e calçados. O comércio varejista ampliado foi puxado por veículos e materiais de construção. Todas as regiões registraram aumento no consumo da classe. A região Nordeste (+15,8%) anotou a maior taxa de expansão do consumo comercial no mês, seguida pelo Sul (+10,5%), Centro-Oeste (+8,8%), Norte (+8,5%) e Sudeste (+8,0%). Entre as Unidades da Federação, as maiores taxas de consumo da classe no país foram registradas no Piauí (+26%) e Rio Grande do Norte (+25,5%). Por outro lado, os estados de Roraima (-1,2%) e Mato Grosso do Sul (-2,2%) foram os únicos que tiveram queda do consumo. 

A classe residencial (-0,5%) apresentou uma ligeira retração no consumo de energia elétrica no mês de julho em relação ao mesmo mês de 2020. O Sudeste (-2,3%) foi a região que puxou a queda do consumo de energia elétrica da classe. Rio de Janeiro (-3,7%) e São Paulo (-3,5%) foram os estados que mais contribuíram com a redução do consumo da região. Temperatura abaixo da média influenciou em grande parte o comportamento do consumo nos estados do Sudeste. As regiões Norte (-0,9%) e Centro-Oeste (-0,4%) também registrarem queda do consumo.

Porém, se for considerado o ajuste das taxas pelo ciclo de faturamento das distribuidoras, o consumo teria crescido 0,5% e 0,9% nessas regiões, respectivamente. Já, a região Sul (+1,8%) registrou aumento do consumo de energia elétrica em julho. Como os estados da região foram afetados por temperaturas muito baixas, aumentou-se o uso de equipamentos elétricos para aquecimento das residências. Já, o Nordeste (+2,2%) foi a região que apresentou o melhor desempenho do consumo.

Embora atenuado, o efeito base baixa ainda alavanca a taxa de expansão do mercado livre, que apresentou alta de 14,8% no consumo no mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica cresceu 0,4%. A contribuição do efeito base baixa foi anulada na taxa mercado cativo, por este abranger a totalidade do consumo residencial, a classe de melhor desempenho em julho do ano passado.

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