EPE realizou evento lançamento do Análise de Conjuntura de Biocombustíveis

Na sexta-feira, 11, foi realizado o lançamento da Décima Quarta Edição do Análise de Conjuntura de Biocombustíveis, no Rio de Janeiro. 

Lançada anualmente, a publicação consolida os fatos mais relevantes referentes aos biocombustíveis, que ocorreram no ano de 2022. Além disso, o documento apresenta um artigo com uma análise dos 20 anos do veículo flex fuel no Brasil e de seus impactos no mercado de combustíveis. 

O evento contou com a presença de especialistas e representantes do governo relacionados ao setor, que fomentaram debates construtivos acerca dos temas apresentados. A abertura foi realizada pela Presidente interina da EPE, Angela Livino, pela Diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis Heloísa Borges e o secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia Pietro Mendes.

A presidente destacou o principal papel da publicação que é ajudar o Brasil na percepção do mercado e dos fatores que interferem na produção dos insumos dos biocombustíveis. “Esta é a publicação de que mais nos orgulhamos, pois conta a história dos biocombustíveis no Brasil. Ela olha para o passado, presente e futuro, enfatizou Angela.

O Secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e o secretário Pietro Mendes comentou a importância da Empresa de Pesquisa Energética e do documento para embasar a elaboração de políticas públicas para o setor “O material é excelente e faz muita diferença para a equipe do Ministério de Minas e Energia. “

A Diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Heloisa Borges, mencionou que o futuro não é tão apocalíptico quanto parece ser. “Um dos fatores que nos leva a acreditar num futuro sustentável é o crescimento da bioenergia nas matrizes energéticas nacional e global. Nos cenários internacionais de descarbonização, todos apontam o crescimento da bioenergia”.

A Superintendente de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis da EPE, Angela Costa, destacou a importância do documento para os setores público e privado. “Esse é um trabalho feito por um time muito apaixonado da EPE. Temos evoluído nos estudos das políticas públicas e como podemos colaborar com o Ministério na sua melhoria, como a integração buscada com o Combustível do Futuro. Esse é o papel dos estudos da EPE, fomentar a universalização do acesso e a diversificação das fontes de energia.”

Antes de dar início a sua apresentação, o Consultor Técnico da Superintendência de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis, Rafael Araujo, apontou um dos motivos para a elaboração do documento, “Para que a EPE possa estimar o cenário futuro da energia com menos incertezas e fornecer um melhor suporte para o planejamento energético, é necessário entender bem o presente.”

A Consultora Técnica da Superintendência de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis, Rachel Henriques, comentou sobre o potencial brasileiro de produção de biocombustíveis. “Nós temos um país com uma diversidade de fontes e temos observado a produção de novos biocombustíveis cada vez mais consistente. Temos que ter noção do potencial que o país tem como fonte de bioenergia, do nosso tamanho, para atender o autoconsumo e oferta para outros países.”

O Analista de Pesquisa Energética Danilo Perecin destacou a prática de abordar, no formato de artigo, um tema relevante no contexto do ano da publicação. Nesta edição, tratou-se dos 20 anos da introdução dos veículos flex fuel no Brasil. “Essa tecnologia rapidamente se tornou dominante e é fundamental para viabilizar a ampliação da participação do etanol na matriz de transportes do país”.

A publicação aborda a oferta e demanda de etanol e sua infraestrutura e transporte, o mercado de combustíveis do ciclo Otto, a participação da bioeletricidade na matriz nacional e nos leilões de energia. Apresenta, ainda, dados do mercado de biodiesel, do mercado internacional de biocombustíveis, as expectativas para os novos biocombustíveis, as emissões de gases de efeito estufa evitadas pela utilização dessas fontes renováveis de energia e o acompanhamento da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). 

Focando no etanol, o documento mostra que, em 2022, houve a recuperação da produção de cana, 595 milhões de toneladas, da produção de açúcar, 36,3 milhões de toneladas, e da produção de etanol, 30,6 bilhões de litros. Também mostra a evolução da produção do etanol de milho, que tem se mostrado essencial para manter a regularidade da oferta e a sustentação da produção no período de entressafra da cana, contribuindo e para a menor oscilação de preços ao longo do ano.

A demanda de combustíveis do ciclo Otto apresentou um crescimento relevante, atingindo o valor recorde de 55,5 bilhões de litros de gasolina equivalente, em função do retorno das atividades e da desoneração tributária, tendo a gasolina C aumentado sua participação no consumo total, resultado de sua relação de preço com o etanol (PE/PG) menos favorável para o biocombustível, 73,5%.

A produção nacional de biodiesel foi de 6,27 bilhões de litros no ano passado e a perspectiva é de aumento este ano, com a previsão de acréscimo à mistura do diesel, conforme prevê resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de 10% para 12%. Em 2021 ocorreram os últimos leilões de biodiesel, com a alteração na sistemática de comercialização do biodiesel, a partir de janeiro de 2022, com negociação direta entre produtores e distribuidores.

A edição deste ano trouxe uma análise mais detalhada para o biogás, indicando o aumento da capacidade instalada em geração distribuída, 105 MW, assim como sua participação crescente na oferta interna de energia de 18% a.a. no último quinquênio. Quanto ao biometano, verificou-se um aumento dos registros de operação e de construção na ANP, além de maior participação no RenovaBio.

No capítulo dedicado ao RenovaBio, foram apresentados alguns ajustes na Política, assim como números de mercado como número de CBIO disponibilizados para comercialização, 42 milhões, 16% superior à meta (36 milhões de CBIO) e seu preço médio em 2022, R$ 111,60, 84% superior ao valor médio observado em 2021.

O artigo deste ano trouxe uma análise dos 20 anos do veículo flex fuel no Brasil e de seus reflexos no mercado de combustíveis, mostrando a importância estratégica desta tecnologia para a renovabilidade da matriz energética brasileira.


Você pode assistir a transmissão do evento por meio do Canal EPE no Youtube. Inscreva-se no canal e receba as notivficações de eventos futuros.

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 Heloísa Borges na abertura do evento | Foto ASCOM EPE


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Angela Costa apresentou o evento | Foto ASCOM EPE

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Rachel, Rafael e Danilo pouco antes de apresentarem o estudo | Foto ASCOM EPE

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