O consumo nacional de eletricidade em outubro foi de 42.621 GWh, recuo de 0,5% em comparação com mesmo período de 2020 e o primeiro mês em 2021 com retração, na comparação interanual. Ainda assim, outubro anota o segundo maior consumo de 2021. Responsável pela retração no mês, a redução do consumo nas residências superou a expansão no comércio e na indústria. O consumo acumulado em 12 meses totalizou 498.769 GWh, expansão de 5,1% comparado ao período anterior.
O consumo na indústria (+1,7%) expande na comparação com igual período de 2020, registrando 15.552 GWh, o maior para outubro desde 2014. O Sudeste (+3,1%) foi a região geográfica que apresentou a maior taxa de expansão do consumo industrial no mês, seguidos por Norte (+1,4%) e Nordeste (+0,3%). Enquanto Sul (-0,1%) e Centro-Oeste (-0,9%) retrairam. Entre os estados, destaque para Alagoas (+121,3%), alavancado pelo efeito base no setor químico, e Espírito Santo (+20,9%), favorecido por extração de minerais metálicos e siderurgia. Sete dos dez segmentos mais eletrointensivos da indústria aumentaram o consumo em outubro, em comparação com igual período de 2020. Destaque para metalurgia (+172 GWh), impulsionada principalmente por alumínio primário (Sudeste e Norte) e siderurgia no Sudeste; fabricação de produtos químicos (+160 GWh), com maior expansão principalmente no Nordeste (cloro-soda); e extração de minerais metálicos (+105 GWh) no Sudeste.
O consumo de energia elétrica da classe comercial foi de 7.513 GWh, representando um crescimento de 2,2% em outubro de 2021, em relação à outubro de 2020. Porém, a taxa de expansão foi a menor desde abril desse ano. O setor de serviços do País continua crescendo em relação ao ano de 2020, puxando o consumo de energia elétrica da classe. O ramo de serviços prestados às famílias, em especial alojamento e alimentação é um dos que vem contribuindo para o crescimento do segmento, reflexo do avanço da vacinação contra a COVID-19 no País. Entretanto, o clima mais frio em outubro e o aumento das chuvas, em grande parte do território nacional, amenizou o crescimento do consumo de eletricidade da classe comercial. A região Nordeste (+6,2%) foi a que registrou o maior consumo da classe, seguida pela região Sul (+5,2%), Norte (+4,5%) e Centro-Oeste (+2,9%). Já a região Sudeste (-0,4%), reduziu ligeiramente o consumo. Entre as Unidades da Federação, as maiores taxas de consumo da classe no país foram registradas no Amapá (+16,9%), Alagoas (+10,7%) e Rio Grande do Sul (10,4%). Por outro lado, Rio de Janeiro (-8,2%), Rondônia (-5,6%), Mato Grosso do Sul (-4,4%) e Ceará (-1,1%) foram os únicos estados que registraram retração no consumo.
O consumo de energia elétrica da classe residencial caiu 4,3% em outubro desse ano comparado ao mesmo mês do ano anterior, registrando 12.533 GWh. Temperaturas mais amenas e maior volume de chuvas, principalmente nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste contribuíram para a queda do consumo das residências em outubro de 2021. O Programa de Incentivo à Redução Voluntária do Consumo de Energia Elétrica do governo federal também pode ter influenciado, em menor parte, a queda do consumo da classe residencial. A região Sudeste (-7,9%) foi a que teve o maior encolhimento do consumo. Seguida do Centro-Oeste (-4,0%) e por último, o Sul (-3,8%). Enquanto que, as regiões Nordeste (+1,8%) e Norte (+1,6%) apresentaram aumento. Os estados que apresentaram as maiores quedas foram: Rio de Janeiro (-16,1%), Mato Grosso do Sul (-10,6%), São Paulo (-8,0%) e Paraná (-7,6%). Já, as maiores taxas de expansão de consumo foram registradas no Amapá (+19,5%) e em Roraima (+13,6%).
Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou alta de 6,6% no consumo no mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica retraiu 4,6%.
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