Resenha Mensal de Março | O consumo nacional de energia elétrica cresceu de 2,2% em comparação com mesmo mês de 2022

O consumo nacional de energia elétrica foi de 42.897 GWh em fevereiro de 2023, crescimento de 2,2% em comparação com mesmo mês de 2022. A classe residencial (+5,0%) puxou a alta, seguida pelas classes comercial (+2,3%) e industrial (+1,5%). No acumulado em 12 meses o consumo nacional registrou 509.850 GWh, alta de 1,5% em comparação ao período imediatamente anterior.

Com 14.596 GWh, a classe industrial expandiu em 1,5% seu consumo de eletricidade em fevereiro. A região Nordeste (+15,3%) liderou, seguida por Norte (+12,0%) e Centro-Oeste (+4,2%), enquanto Sul (-6,5%) e Sudeste (-0,7%) retraíram. Embora a indústria tenha elevado o consumo, 23 dos 37 setores monitorados retraíram, estando seis destes setores entre os dez mais eletrointensivos da indústria. Metalurgia (+315 GWh; +9,4%) foi o setor que mais expandiu, puxado pela cadeia do alumínio primário no Maranhão, principalmente, e no Pará. Contudo, a queda na produção siderúrgica nacional (-6,7%) atenuou a forte alta do consumo de eletricidade na metalurgia. Seguido por extração de minerais metálicos (+94 GWh; +10,4%), com Minas Gerais respondendo por quase metade de toda a expansão, enquanto o Pará por pouco mais de um quarto. A alta nas exportações de minério de ferro (20,6%) e minério de alumínio (514,5%) contribuiu para o resultado. Também elevaram o consumo a fabricação de produtos alimentícios (+84 GWh; +4,3%) e de produtos de borracha e material plástico (+12 GWh; +1,5%). Por outro lado, apresentaram as maiores quedas no consumo de eletricidade, entre os eletrointensivos da indústria: produtos minerais não-metálicos (-70 GWh; -6,2%), em linha com a redução de 7,7% nas vendas da indústria cimenteira, principal consumidora do setor; papel e celulose (-68 GWh; -8,5%), onde a queda do consumo deve-se a alta base de comparação com fevereiro de 2022, quando a parada anual de manutenção em uma grande unidade autoprodutora no sul do País elevou o consumo da rede; e produtos químicos (-53 GWh; -3,3%), com queda do consumo, principalmente, em unidades de cloro-soda e PVC.

O consumo de energia elétrica das residências foi de 13.681 GWh em fevereiro, avanço de 5,0% em relação ao mesmo mês de 2022. O consumo foi puxado, principalmente, por altas temperaturas em grande parte do país. Outro fator que pode ter contribuído em menor parte para o aumento do consumo foi a queda do desemprego e o aumento da renda da população no período. Atualmente, as tarifas de energia elétrica estão sem cobrança adicional. A bandeira verde está ativa desde abril de 2022. Já em fevereiro de 2022, a tarifa era mais cara, pois a bandeira tarifária era a de escassez hídrica. Todas as regiões registraram crescimento do consumo, sendo o maior destaque a região Sul (+10,9%), seguida pelo Nordeste (+7,9%), Norte (+4,1%), Sudeste (+2,3%) e Centro-Oeste (+1,8%). Entre as Unidades da Federação, os maiores acréscimos ocorreram no Amapá (+25,9%), Maranhão (+20,3%), Rio Grande do Sul (+17,1%), Paraíba (+15,5%), Santa Catarina (+13,0%), Espírito Santo (+11,6%), Alagoas (+10,9%), Pará e Tocantins (+9,0%, ambas), além do Acre (+8,7%). Porém, se considerarmos o ajuste pelo ciclo de faturamento das distribuidoras, algumas dessas taxas de crescimento seriam menores. Programas de redução de perdas aplicados pelas distribuidoras locais do Maranhão, Rio Grande do Sul, Alagoas e Pará continuam contribuindo de forma positiva para o consumo nestes Estados. Por outro lado, anotaram queda no consumo: Rio de Janeiro (-10,9%), Amazonas (-9,9%), Roraima (-3,3%) e Mato Grosso do Sul (-2,6%).

Em fevereiro de 2023, o consumo de eletricidade da classe comercial apresentou crescimento de 2,3%, chegando a 8.173 GWh de consumo. Destaca-se que fevereiro teve um dia útil a menos em 2023 na comparação com 2022, quando o feriado de Carnaval foi no dia 1º de março. Temperaturas mais elevadas favorecem a elevação do consumo da classe. O efeito base baixa também influenciou no aumento do consumo, pois em fevereiro de 2022 houve o pico da variante Ômicron da Covid-19 no Brasil, fazendo com que os gastos da população com serviços, principalmente, fossem menores. Com exceção do Centro-Oeste (-0,4%), todas as outras regiões anotaram expansão do consumo da classe: Sul e Norte (+4,5%, ambas), Nordeste (+2,1%) e Sudeste (+1,8%). Entre os Estados, os maiores destaques na expansão no consumo no mês foram: Paraíba (+8,5%), Santa Catarina (+8,1%), Tocantins (+7,6%), Rondônia (+6,7%) e Espírito Santo (+6,3%). Já Maranhão (-8,1%), Goiás (-3,2%), Sergipe (-2,3%), Mato Grosso do Sul e Mato Grosso (-1,5%, ambos), Rio de Janeiro (-1,0%) e Amapá (-0,3%) foram os registraram quedas do consumo. A reclassificação de consumidores da classe comercial para a residencial feita pela distribuidora local do Maranhão continua contribuindo para a retração do consumo do Estado.

Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou crescimento de 3,5% no consumo do mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica cresceu 1,4%.

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