O consumo nacional de energia elétrica foi 43.123 GWh, o maior valor para o mês de abril de toda a série histórica, desde 2004

​O consumo nacional de energia elétrica foi 43.123 GWh, o maior valor para o mês de abril de toda a série histórica, desde 2004. Na comparação interanual, o consumo nacional avançou 1,2% no mês, puxado pela classe comercial que cresceu 2 dígitos, superando a retração nas residências. Já o consumo de eletricidade na indústria expandiu na margem. No acumulado em 12 meses, o consumo nacional de energia elétrica registrou 502.938 GWh, crescimento de 3,4% comparado com o período imediatamente anterior.

Apesar da expansão marginal (+0,4%), a indústria registrou o maior consumo para abril desde 2013, com 15.266 GWh. A região Centro-Oeste, com elevação de 4,1% no consumo industrial de eletricidade, se destacou no período. Nordeste (+1,9%) e Sudeste (+1,3%) também cresceram. Já o Sul (-0,6%) e, principalmente, o Norte (-7,2%) retraíram. O consumo na região Norte foi afetado pela redução de 25% na produção da maior unidade de alumínio primário do país, localizada no Pará, por um incidente interno na distribuição de energia da fábrica, conforme nota da companhia. Entre os dez segmentos mais eletrointensivos da indústria, no mês de abril, se destacaram: produtos alimentícios (+93 GWh; +4,8%), pelo quarto mês consecutivo o ramo com a maior expansão no consumo de eletricidade, com destaque para as regiões Sudeste e Sul do País; e papel e celulose (+37 GWh; +5,1%), onde a parada programada de uma unidade no Paraná, durante o mês de abril, impulsionou o consumo da rede. Já o setor têxtil (-29 GWh; -5,2%) apresentou a maior retração; seguido por automotivo (-28 GWh; -5,1%), que ainda sofre com a crise dos semicondutores; e metalurgia (-28 GWh; -0,8%), impactada pela queda na produção de alumínio primário na maior unidade do ramo no País. As exportações também contribuiram para o comportamento do consumo de eletricidade na indústria. Segundo a Secex, entre os produtos com expansão nas exportações em abril estão a carne bovina (+72,1%) e os farelos de soja e outros alimentos para animais (+55,4%). Já minério de ferro (-22,7%), de cobre (-17,7%) e outros minérios dos metais de base (-9,8%), registraram queda.

O consumo de eletricidade do comércio avançou 12,9% em comparação a abril de 2021, atingindo o valor de 8.224 GWh. Em abril de 2021 a pandemia de Covid-19 acelerava e atingia seu período mais agudo no Brasil, medidas restritivas impactavam a atividade econômica e o consumo de eletricidade da classe comercial. O efeito base de abril de 2021, aliado ao bom comportamento do setor de comércio e serviços do País puxaram o desempenho da classe no mês. De acordo com os últimos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE), o setor de serviços nacional cresceu 11,4% em março, em relação a março de 2021.  O setor de transportes e de serviços prestados às famílias foram os que mais podem ter influenciado no desempenho da classe. O setor de vendas do varejo subiu 4,0% no mês de março em relação ao mesmo mês do ano anterior (PMC/IBGE), puxado principalmente pelo setor de tecidos, vestuário e calçados e de livros, jornais e revistas e papelaria. Todas as regiões do país registraram aumento do consumo da classe em abril. A região Sudeste (+16,8%) liderou o crescimento, seguida pelo Centro-Oeste (+14,1%), Nordeste (+9,5%), Norte (+9,0%) e Sul (+5,3%). Os estados de Minas Gerais (+27,0%), Goiás (+21,8%) e Espírito Santo (+21,1%) foram os que mais se destacaram no consumo no mês. No entanto, Amapá (-13,4%), Maranhão (-10,8%) e Mato Grosso do Sul (-1,1%) foram os únicos Estados que registraram queda do consumo.

O consumo de energia elétrica das residências caiu 3,6% em abril, registrando o valor de 12.880 GWh. A redução do ciclo de faturamento de algumas distribuidoras e o clima mais chuvoso em algumas regiões do País influenciaram na queda do consumo da classe. A queda do preço da energia elétrica em abril, devido à mudança de bandeira tarifária de escassez hídrica para bandeira tarifária verde, teve pouco impactou no comportamento do consumo das residências.  Todas as regiões do País anotaram retração no consumo no mês: Sul (-7,8%), Nordeste (-5,4%), Centro-Oeste (-3,3%), Sudeste (-1,9%) e Norte (-0,2%). Entre os Estados da Federação, Amapá (-25,4%), Mato Grosso do Sul (-11,0%), Paraná (-8,7%), Rio Grande do Sul (-8,6%), Ceará (-8,1%) e Bahia (-7,5%) tiveram as maiores reduções no consumo.  Nestes Estados foi registrado um volume de chuvas acima ao ocorrido em abril de 2021. Por outro lado, Roraima (+6,6%), Pará (+3,3%), Acre (+1,3%), Rio de Janeiro (+0,9%) e Goiás (+0,7%) apresentaram crescimento do consumo da classe. Já em Minas Gerais (-2,0%), se considerarmos o ajuste pelo ciclo de faturamento da distribuidora, a taxa do Estado seria positiva (+4,2%).

Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou alta de 6,3% no consumo do mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica retraiu 1,7%.

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