Consumo de Gás Natural

Demanda não Termelétrica

A projeção da demanda não termelétrica de gás natural envolve um processo que se inicia a partir dos dados obtidos de pesquisas realizadas pela EPE sobre as perspectivas de demanda para os próximos dez anos, junto às companhias distribuidoras e aos grandes consumidores industriais de gás natural, através do Sistema de Informação de Mercado de Gás Natural – INFOGÁS. Este sistema foi desenvolvido pela EPE para fins de coleta e armazenamento de dados por meio do qual as empresas distribuidoras de gás natural e consumidores industriais fornecem informações de demanda de gás natural em bases anuais.

A projeção está inserida em uma visão integrada da demanda de energia, na qual é realizada análise crítica dos dados informados pelos agentes combinada com o uso de modelos de projeção de demanda de energia total, o que garante consistência com os cenários econômicos e energéticos utilizados pela EPE em seus estudos. Essa evolução da demanda de gás natural, por sua vez, é estabelecida a partir do estudo de cenários de longo prazo no qual são delineadas as principais condições de contorno, especialmente as do contexto econômico.

A partir dessa visão de longo prazo, recortes temporais de horizontes menores podem ser determinados, obtendo-se, dessa maneira, trajetórias consistentes ao longo do tempo para as variáveis de interesse. Além dos determinantes de longo prazo, os estudos incorporam elementos conjunturais, bem como definições e estratégias de médio prazo, que podem influenciar parâmetros relevantes no período analisado.

Por fim, a análise de consistência da projeção da demanda não-termelétrica de gás natural nos modelos setoriais de energia da EPE leva em consideração diferentes graus de competitividade frente aos principais energéticos substitutos, principalmente na indústria. Isso permite que a soma dos mercados individuais de cada energético esteja coerente com a demanda total estimada.

Demanda Termelétrica

A demanda termelétrica de gás natural depende da frequência de acionamento das usinas térmicas a gás. Esta frequência de acionamento (ou “de despacho”), por sua vez, depende da política de operação do sistema elétrico, que é função de uma série de outros fatores como a situação hidrológica e o balanço oferta-demanda do sistema elétrico.

Assim, sua projeção é obtida com base nas simulações do despacho hidrotérmico para atendimento à carga de energia elétrica, utilizando os modelos de despacho hidrotérmico para a operação do sistema. A EPE utiliza modelo de otimização energética Newave, desenvolvido pelo Cepel. A política de operação do sistema resultante do modelo é simulada considerando diversos cenários de energias naturais afluentes, estimando-se assim a geração termelétrica para cada um desses cenários em cada usina que compõe a configuração do SIN, já em operação ou em expansão ao longo do período de planejamento.

O cálculo do consumo de gás natural é então obtido a partir de estatísticas construídas a partir da amostra de resultados obtidos.